quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Qual é a missão?

Olhando para cima ELE disse:

-Pode concluir sua Obra!

Logo perguntei:

- Qual seria minha Obra?
Achava que me daria algo a cumprir, tipo uma missão.

Então ele olhou-me com um sorriso e disse:

- Não existe sua Obra, tudo que existe é a Obra de Deus.

Então em uma outra visão ele me mostrou vários canteiros prontos e já semeados, adubados e regados.

Ele disse que agora era só esperar que as sementes brotassem e me perguntou:

- O que pode ser feito pra que brotem mais rápido?



Pensei e disse:

- Talvez se trocássemos de lugar?

E ele me respondeu dizendo que só o dono da horta podia mudar as plantas de lugar.

Então cantamos e dançamos para as sementes... e nada de brotarem.

Ele disse:

- Só isso podemos fazer, amar, dançar, cantar, adubar (arrancava os matinhos que nasciam em volta e enterrava para virar adubo), e continuar chamando pra que tenham coragem de romper suas cascas e brotarem!

Já agora nos últimos dias em uma das visões, vi uma árvore escorada em uma estaca e ouvi:

- A paciência tudo alcança!

E vi um homem  sentando em um trono feito de troncos à sombra daquela árvore.

Então ouvi:

- Ele apenas aguarda que a árvore produza frutos, sem força-la, apenas aguarda a ação dos elementos.

E vi, terra, ar, água e a luz do sol.

Percebo que somos como uma planta.
Fomos semeados... para um dia também brotar.

Mas como ele mesmo disse:
- É preciso ter coragem e sair da  casca da semente.

Mas até lá, vamos cantar, dançar, chamar... e principalmente AMAR!

Até que os frutos nasçam e nasçam em abundância em todos os corações!




terça-feira, 18 de setembro de 2018

Chegando na estação!

Fim da linha!
Piuíiii!
Está na hora de descer do trem! Sem bagagens!

Outro dia, em uma visão, vi escrito na parede:

- O amor regressará aos puros corações!

Fiquei pensativa, sabem?!

Afinal o que é um coração puro?

O que acontece depois que morremos, não sabemos, assim como não sabemos de onde viemos.
Sabemos que chegamos aqui "limpos", sem história, sem limites. E ao longo de um espaço entre nascer e morrer, construímos um personagem dentro de um enredo de cultura, de crenças e de aprendizados.

O que realmente viemos fazer aqui?

Será que viemos comprar e vender? Viemos ter família, casa, carro? Será que viemos competir? Será que viemos defender uma ideia?

Seja lá qual for a resposta não importará muito, uma vez que essa resposta sumirá também junto com tudo que foi construído assim que "partirmos".

O que está acontecendo afinal?
Será que há uma evolução para tudo isso?

Estamos sempre cometendo os mesmos erros.
Erros que consideirei nunca mais cometer, meus filhos os repetem. (risos)

Onde tudo isso vai dar?

Não há continuidade. Nunca houve.
Se fosse pra evoluirmos, deveríamos fazer um "download" para os filhos, de nossas experiências, assim eles não meteriam o pé na lama como nós.
Então todo esse assunto de evolução, não pode ser real.

Sei porque o céu é azul, pra que servem as mitocôndrias, e porque se formam os ciclones... mas isso não me serve de nada, talvez sirva para uma profissão, mas pra mim mesma não serve de nada.

Nada mesmo!

Portanto, será que evoluir é saber?

Sei da distância que há entre o sol e o planeta mas acho que há mais distância entre os lábios de um e de outro alguém.

Será que evoluir é ter educação?

Penso que ter educação é ter medo de ferir as expectativas frustradas dos outros.

Será que evoluir é curar doenças?

Curar ou não tanto faz, só adia ou aproxima a data da partida.

Ou será criar máquinas?

Maquinas? ou Escravos?

Será que evoluir não é perceber que essa tal evolução não leva a nada? Que são só cavalinhos de um carrossel? Vagões em um trem?

Toda uma vida de experiências, expectativas, sentimentalismo, emoções... altos e baixos... pra morrer no final?

Começo a achar que a pureza é não ter mais nada a ver com o que aconteceu nesse trem.
Deixar tudo e todos onde estão e abandonar a festa.
Abandonar a paisagem. Os sabores que foram servidos nesse trem.

E render-se. Pois a luta já foi... A guerra já estava vencida antes mesmo de começar.

Depositar as "armas" na soleira da porta.
E saltar desse trem!

...Ele dizia:

- Morra!

E deitada naquele chão branco reluzente, me questionava:

- Afinal, como assim morrer?

Ele abaixou-se, me ajudando a levantar pois, não tinha forças. Agarrei-me naquela sua "bata" de pano grosseiro marrom, e na medida que me abraçou pude sentir tudo morrendo em mim.

Então ele repetiu:

- Morra!

E na medida em que foi me deixando novamente ao chão, ouvi:

- Pois é morrendo que se vive para a vida eterna!

Pensei rápido:

- São Francisco?

E então, apenas aquele chão, branco, reluzente e frio.

Desse dia em diante, muitas questões foram levantadas sobre morrer.
Não se tratava de uma morte física, mas uma morte que não sabia explicar.

Mal sabia que não saber fazia também parte dessa morte.


Morrer é a pacificação do ser. O  descanso!

Silêncio! Realização.


Ah! Quantas ilusões!






quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Sempre foi sobre você!


Tudo uma grande distração!!!

Cura pra isso, doença daquilo... cores que vão ser utilizadas nas paredes, jantares de negócios, almoços em família, o bilhete da escola que diz que seu filho não tem jeito mesmo... uns morrendo, outros nascendo... o relógio que diz que está na hora... sentimentos, emoções, religiões, politica, moralismo, idealismo... opiniões... ahhh opiniões... o resultado da loteria ou do futebol... enfim como dizia Rita Lee: - No final tudo vira bosta! ( Desculpem a palavra!) 

Você percebe que não está realmente acontecendo nada?

Que tudo que parece estar acontecendo, na verdade, está acontecendo dentro de um jogo em que você apenas faz acreditar?

Você percebe que quando falamos de algo ou alguém, não estamos expressando algo sobre o outro e sim sobre si mesmo?

Sempre foi sobre si.

Não há direita e esquerda.

O que há é nós, jogando o jogo do que é melhor ou pior pra si.

Opiniões, são todas baseadas na nossa experiência de vida.

Então nunca, nunca mesmo vai haver entendimento mutuo, paz e união sobre esse mundo, já que as experiências de um não são iguais a dos outros, e tudo está sendo medido pelas experiências.

Se olhamos para um balde de pipocas, não estamos olhando para ele em si e sim para si mesmos, nossa pessoa, que com sua experiência de vida acredita no balde de pipocas.

Isso não é bom nem ruim... veja bem, o que quero dizer, é que estamos num local onde vivenciamos o que se passa dentro de nós de forma que acreditamos que está fora.

Dureza é saber que sempre foi assim. 
Nunca mudou....

Se não suportamos o outro é porque ainda não conseguimos "ver" (perceber) que não há outro... 

Toda reclamação ou elogios que temos a respeito de um outro, na verdade, diz respeito a nós mesmos.

Se aceitamos ou não o outro, é problema nosso.

Querer agradar os outros pra se afirmar... é problema nosso.
Querer viver só de prazeres é problema nosso.

Enfim, tudo é problema nosso.

Nunca estivemos separados.
Sempre estivemos "olhando" pra dentro de nós mesmos.

Todos nossos medos, anseios, desejos, sentimentos.... estão todos espelhados como se fossem fora de nós.

Admita! 
Nunca vamos conseguir mudar os outros.
Afinal além de ser um tremendo egoísmo de dominação, pra que mudar os outros, se não, para nos sentirmos felizes, com aquela sensação de que está tudo bem?

A mudança tem de acontecer no nosso "olhar", na nossa percepção.

Sei que não é simples e fácil, pois demanda coragem de ver a si mesmo e nessa hora não há mais como culpar os outros e se esconder atrás de um vitimismo barato, típico do nosso ego.

Perceba o quão nossas palavras são falsas.

Nunca dizem nada sobre o que é visto e sim falam sobre o ponto de vista de quem emite.

Nossas palavras sempre promovem divisão, separação, arrogância, etc.

Um muro invisível de separação.

Nossas palavras são manchadas pelo engano, pelo alvo errado.

Nosso senso de justiça não serve pros outros, serve pra punir a nós mesmos, nossos próprios limites.

Não há distancia entre nós e o que é visto do lado de fora.
Não há dentro e fora.

Tudo para o que olhamos, é para nós mesmos que estamos olhando.

Toda luta é apenas com nós mesmos, com aquilo que acreditamos ser: separados, divididos.

Contudo, unidade não pode significar um com os outros em um mesmo ritmo ou ideais, pois não há outros no UM.

Tudo sempre esteve dentro de nós!
Apenas estivemos distraídos.

Para encerrar, lembrei-me de uma visão em que me mostraram os fractais e disseram:

- O amor que tudo é, não é fractal, o amor é a linha reta. Fractais são limites que vocês impõe, onde a luz não pode ultrapassar com retidão e é desviada.


Nosso eu real está antes de tudo! Em plena pureza! Alva brancura!

Um beijo no se coração!

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O fim, a Graça, o Abandono!

Deitei-me e dormi por uns cinco minutos, acordei e fiquei quieta esperando o sono voltar, então, fui invadida por uma paz tremenda.

Algo que não há explicações. Não adianta, não há palavras que consigam expressar essa paz.

Até pensar era pesado. Difícil. Como algo não natural.

Não havia identificação. Absolutamente nada!

Sabia que ia morrer fisicamente e podia acontecer o que fosse que estava pronta! Não havia medos!

Mas surgiu um pensamento... lembrei que meu filho menor estava em casa e se eu morresse ele ficaria sozinho e muito apavorado então a paz foi me deixando lentamente.

Enfim, após esse episódio as coisas ficaram bem claras, sobre o fim que se junta ao começo, sobre a Graça e sobre o que definitivamente é o Abandono.

O único objetivo da vida é encontrar o que somos. De onde viemos e pra onde estamos indo.
Não há morte.

A Graça é a vida eterna, que não quer dizer pra sempre e sim sem tempo.

O Abandono é justamente estar desvencilhado de tudo que é da pessoa. Para o que você é, não há preocupações, nem apegos, nem laços familiares. Não há nada absolutamente.

Não é um estado de negação, nem mesmo de aceitação de tudo, mas sim um estado de transcendência, porém essa palavra ainda assim, não descreve bem o que realmente é o Abandono.

Ficou claro que o Universo não tem o que fazer com suas preocupações, com seus apegos, com seus sentimentos, com seus laços familiares, etc... Tudo uma grande ilusão ligados a crença em ser uma pessoa.

Você é aquilo que está antes de tudo isso!

Silêncio!
Graça!
Abandono!

Um beijo no seu coração!