terça-feira, 18 de setembro de 2018

Chegando na estação!

Fim da linha!
Piuíiii!
Está na hora de descer do trem! Sem bagagens!

Outro dia, em uma visão, vi escrito na parede:

- O amor regressará aos puros corações!

Fiquei pensativa, sabem?!

Afinal o que é um coração puro?

O que acontece depois que morremos, não sabemos, assim como não sabemos de onde viemos.
Sabemos que chegamos aqui "limpos", sem história, sem limites. E ao longo de um espaço entre nascer e morrer, construímos um personagem dentro de um enredo de cultura, de crenças e de aprendizados.

O que realmente viemos fazer aqui?

Será que viemos comprar e vender? Viemos ter família, casa, carro? Será que viemos competir? Será que viemos defender uma ideia?

Seja lá qual for a resposta não importará muito, uma vez que essa resposta sumirá também junto com tudo que foi construído assim que "partirmos".

O que está acontecendo afinal?
Será que há uma evolução para tudo isso?

Estamos sempre cometendo os mesmos erros.
Erros que consideirei nunca mais cometer, meus filhos os repetem. (risos)

Onde tudo isso vai dar?

Não há continuidade. Nunca houve.
Se fosse pra evoluirmos, deveríamos fazer um "download" para os filhos, de nossas experiências, assim eles não meteriam o pé na lama como nós.
Então todo esse assunto de evolução, não pode ser real.

Sei porque o céu é azul, pra que servem as mitocôndrias, e porque se formam os ciclones... mas isso não me serve de nada, talvez sirva para uma profissão, mas pra mim mesma não serve de nada.

Nada mesmo!

Portanto, será que evoluir é saber?

Sei da distância que há entre o sol e o planeta mas acho que há mais distância entre os lábios de um e de outro alguém.

Será que evoluir é ter educação?

Penso que ter educação é ter medo de ferir as expectativas frustradas dos outros.

Será que evoluir é curar doenças?

Curar ou não tanto faz, só adia ou aproxima a data da partida.

Ou será criar máquinas?

Maquinas? ou Escravos?

Será que evoluir não é perceber que essa tal evolução não leva a nada? Que são só cavalinhos de um carrossel? Vagões em um trem?

Toda uma vida de experiências, expectativas, sentimentalismo, emoções... altos e baixos... pra morrer no final?

Começo a achar que a pureza é não ter mais nada a ver com o que aconteceu nesse trem.
Deixar tudo e todos onde estão e abandonar a festa.
Abandonar a paisagem. Os sabores que foram servidos nesse trem.

E render-se. Pois a luta já foi... A guerra já estava vencida antes mesmo de começar.

Depositar as "armas" na soleira da porta.
E saltar desse trem!

...Ele dizia:

- Morra!

E deitada naquele chão branco reluzente, me questionava:

- Afinal, como assim morrer?

Ele abaixou-se, me ajudando a levantar pois, não tinha forças. Agarrei-me naquela sua "bata" de pano grosseiro marrom, e na medida que me abraçou pude sentir tudo morrendo em mim.

Então ele repetiu:

- Morra!

E na medida em que foi me deixando novamente ao chão, ouvi:

- Pois é morrendo que se vive para a vida eterna!

Pensei rápido:

- São Francisco?

E então, apenas aquele chão, branco, reluzente e frio.

Desse dia em diante, muitas questões foram levantadas sobre morrer.
Não se tratava de uma morte física, mas uma morte que não sabia explicar.

Mal sabia que não saber fazia também parte dessa morte.


Morrer é a pacificação do ser. O  descanso!

Silêncio! Realização.


Ah! Quantas ilusões!






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